O cofre contem amostras de aproximadamente um terço das variedades de alimentos mais importantes do mundo
Criado em 2008, o Silo Global de Sementes de Svalbard, é o maior banco de sementes do planeta. Ele fica localizado no inóspito arquipélago de Svalbard, na Noruega, onde as temperaturas a baixo de 0° são uma constante durante quase todo o ano.
É no gigantesco bunker que estão armazenadas amostras genéticas de plantas e sementes de várias espécies de alimentos do mundo todo. Atualmente, o banco conta com quase um milhão de amostras. O que segundo a fundação Crop Trust, responsável pela administração do cofre-forte genético, equivale a mais de 13.000 anos de história agrícola. A diversidade de sementes guardadas é imensa e vai de centeio e arroz a cannabis e plantas oriundas da Coreia do Norte.
A Crop Trust garante que o cofre contem amostras de aproximadamente um terço das variedades de alimentos mais importantes do mundo. A fundação afirma que o objetivo principal do banco de sementes é “Proteger a biodiversidade do mundo”. Uma das principais curiosidades a respeito o silo, é que o prédio tem capacidade de permanecer fechado e congelado – preservando as sementes – por mais de 200 anos, garante a fundação.
Embrapa
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília enviou em janeiro desse uma remessa com 3.438 amostras genéticas que farão parte banco. A previsão é de que as sementes sejam depositadas no final de fevereiro.
A pesquisadora e supervisora de curadorias de germoplasma (material genético) da Embrapa, Rosa Lía Barbieri, representará o Brasil e acompanhará o depósito das 11 caixas que contêm as amostras.
A Embrapa selecionou 3.037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas Capsicum e de 63 Cucurbitáceas (abóboras, morangas, melão, pepino, maxixe, quino e melancia), que serão mantidas a uma temperatura entre 18 graus Celsius (°C) negativos e 20°C negativos. Acessos são amostras de sementes representativas de diferentes populações de uma mesma espécie.
“Elas representam um pouco da diversidade da agricultura brasileira. É um pedacinho da Embrapa que está lá resguardado e é uma forma de garantir que esse material vai estar disponível para população”, disse Rosa, em entrevista à Agência Brasil.
Guerra
Recentemente, o cofre precisou ser aberto devido à guerra na Síria. Antes, um banco sírio de sementes de Alepo, na Síria, funcionava como centro de troca e distribuição de espécies entre nações do Oriente Médio. Com o conflito, a instituição passou a não dar conta de abastecer a região, então, um grupo de pesquisadores recorreu ao Banco de Sementes de Svalbard, pedindo algumas amostras que originassem trigo, centeio e gramíneas, que estavam em falta para alimentar as plantações. Foi a primeira vez que o cofre precisou ser aberto.
* Com informaçoes da Agência Brasil