Arnaldo Filho//Opinião Talvez a informação mais desejada pelo povo nos últimos dias é saber quais deputados estaduais assinaram a emenda coletiva que retirou R$ 45 milhões de Araguaína. Contudo, o documento está sendo mantido sob o mais absoluto 'sigilo' pela Assembleia Legislativa, desde a sessão que ocorreu na madrugada de quinta-feira (31), na calada da noite. Com a natural revolta do povo, os deputados se acovardaram mais uma vez e tentam esconder o documento que trará luz aos olhos da população. É incontroverso que vários deputados assinaram a emenda para reduzir de R$ 86 milhões para R$ 41 milhões a verba que será destinada à duplicação da rodovia TO-222, no trecho entre Araguaína e o Distrito Novo Horizonte. O sobrenatural disso tudo é que ninguém tem cópia da emenda com as devidas assinaturas. Sumiu! Desde que a polêmica veio à tona, tentamos insistentemente ter acesso a essa preciosidade. Na verdade, quem deveria ter, obrigatoriamente, todas as informações era o deputado Olyntho Neto (PSDB), por ser presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ainda ter presidido a sessão em que os deputados decidiram apunhalar Araguaína pelas costas. Solicitamos, portanto, ao parlamentar araguainense, mas obtivemos o silêncio como resposta. Recorremos, então, a outros deputados. Eles até que tentaram, mas o processo sumiu. Por sua vez, recorremos à assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa, onde fomos informados que o documento só aparecerá, provavelmente, na terça-feira, dia 5 de setembro, quando o empréstimo de R$ 583 milhões possivelmente será apreciado em plenário. Aqui cabe uma indagação: Olyntho disse, em nota, que não votou na emenda e que nenhum deputado de Araguaína assinou nada que retirasse recursos da cidade. Nesse sentido, questiona-se:
Olyntho não teria interesse em divulgar o documento que mostra quem de fato prejudicou a cidade, principalmente considerando que ele diz não ter assinado??? Aqui cabe outra indagação:
Se Olyntho não assinou a emenda para retirar os R$ 45 milhões de Araguaína, por qual razão ele não assinou o recurso que busca reverter a situação e manter os R$ 86 milhões na sua cidade? Pois é! São muitas perguntas sem respostas... É bom lembrar que o recurso foi assinado apenas pelos deputados
Elenil da Penha,
Jorge Frederico e
Valderez Castelo Branco. Essa é a única possibilidade para reverter essa perda de recursos. É bom lembrar também que Olyntho chegou a defender, no início de agosto, que apenas R$ 15 milhões era ‘suficiente’ para fazer a duplicação da TO-222. Caso essa ideia tivesse prosperado, Araguaína perderia não somente R$ 45 milhões, mas a elevada quantia de R$ 71 milhões. É bem verdade que muitos deputados estão usando os empréstimos do Governo para fazer campanha eleitoral antecipada. A Assembleia já definiu que cada um dos 139 municípios do Tocantins receberá a parcela de R$ 1,02 milhão do empréstimo. Já os R$ 45 milhões arrancados de Araguaína, juntamente com dinheiro retirado de outras obras, vão pagar as emendas de 22 deputados, no valor de R$ 3 milhões por cabeça. Isso mesmo que você entendeu: empréstimo para pagar emendas parlamentares. Isso só acontece no Tocantins! Elenil e Paulo Mourão abriram mão desse pecado e não querem a emenda de R$ 3 milhões. Esses são os mesmos deputados que preferem destinar recursos para shows e eventos ditos ‘artísticos e esportivos’ (como motocross), do que para a saúde, segurança pública e educação. É um péssimo exemplo de gestão do dinheiro público em momento de crise. Eles não enxergam as prioridades. Veja o exemplo: A construção do Hospital Geral de Araguaína está orçada em R$ 160 milhões. Cidadãos tocantinenses de mais de 50 municípios da região norte serão beneficiados com o novo HGA, e que hoje padecem no jurássico hospital regional, sem as mínimas condições. Contudo, o empréstimo destina apenas R$ 50 milhões para a obra. Ou seja, teremos um hospital pela metade, aliás, menos da metade. Já que os R$ 45 milhões representariam ‘desperdício’ na duplicação da TO-222, segundo Olyntho, por qual razão esse montante não foi remanejado para a construção do HGA, cuja verba prevista é insuficiente? Pois é! São muitos os questionamentos que os eleitores precisam fazer urgentemente aos seus ditos representantes.