O Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht teria pago a quantia de R$ 650 mil para vários políticos do Tocantins durante a campanha eleitoral de 2012. As informações foram divulgadas em decisão do ministro do STF, Edson Fachin, relator da operação Lava Jato. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o pedido de investigação baseia-se no depoimento do delator Mário Amaro da Silveira. Ele relatou pagamentos de vantagens a vários políticos como o ex-deputado estadual Marcelo Lélis e os ex-prefeitos de Taguatinga, Eronildes Teixeira de Queiroz e Zélia Ribeiro. Aparecem também como beneficiários dos repasses os ex-deputados federais Ronaldo Dimas e Laurez Moreira, prefeitos de Araguaína e Gurupi, respectivamente.
"Os valores, pagos pelo Setor de Operações Estruturadas, perfizeram o montante de R$ 650.000,00", diz a procuradoria. O ministro Fachin determinou que os autos sejam enviados à Procuradoria da República em Tocantins. Já em relação aos prefeitos Dimas e Laurez a competência, segundo o ministro, é do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Ronaldo Dimas se manifesta Na manhã desta quarta-feira (12), o prefeito Dimas afirmou que, mesmo sem saber o teor da acusação, nunca recebeu "nenhum recurso ilícito e todas as contas das campanhas eleitorais foram aprovadas". "É de conhecimento comum que a Odebrecht era a acionista majoritária da Saneatins e o que tivemos ao longo dos últimos quatro anos foi um relacionamento muito difícil, sempre exigindo melhorias na qualidade dos serviços, em função dos inúmeros estragos na pavimentação causados pelos frequentes vazamentos na rede de distribuição de água e o atraso na implantação da rede de tratamento de esgoto de Araguaína", afirmou o prefeito, acrescentando que se pronunciará "com maior clareza após ter todas as informações".