Vinda de terras maranhenses, Dona Ermínia Araújo de Andrade, chegou com a família para desbravar o então Norte Goiano, na pequena cidade de Araguaína. Numa visão da cidade contata por seus próprios moradores, ela fala das mudanças e do crescimento da cidade diante dos seus olhos e conta com entusiasmo:
“Todos que moram aqui amam Araguaína”. O ano da grande mudança foi 1952. Mato, areia, poucas casas, era o que encontrou na sua chegada. Hoje, a realidade é outra.
“Tudo mudou, a cidade agora é grande, tem de tudo, mas antes, faltava quase tudo”, comentou.
O antes Com os olhos relembrando o passado, Dona Ermínia conta que a rua onde mora atualmente, a Avenida Prefeito João de Sousa Lima, era apenas areia e tinha apenas nove casas.
“A areia dava no meio da canela, aí você pensa como era difícil andar por aqui quando cheguei”, relembrou. A aposentada conta que as ruas melhores eram a Avenida Cônego João Lima e a Primeiro de Janeiro. “
E olha que nem eram asfaltadas ainda”, disse. “A
Rua Souza Porto era a rua do comércio”, completou. Dona Ermínia ainda comentou que naquela época se via nas ruas e nos quintais das casas os porcos queixadas.
“Os porcos queixadas invadiam as ruas, as casas, correndo, porque praticamente era mato”, disse. Ainda segundo a aposentada, a atual Igreja São Sebastião, que fica perto da sua casa, foi construída inicialmente por um homem que vendia arroz na época. “
Ele era conhecido como o Seo Tenten, por isso a igreja ficou conhecida por Igreja do TenTen”, explicou.
Feira Dona Ermínia também lembra que a feira da cidade ficava onde hoje é a Praça das Bandeiras. “
Tinha um pé de Arapiraca e as pessoas se reuniam ali para vender os seus produtos e os moradores iam comprar. Hoje já temos vários supermercados e o nosso Mercado Municipal, além de feiras em setores diferentes”, comentou.
Aeroporto Outra lembrança que a Dona Ermínia conta é que na Vila Aliança tinha um campo de futebol e que depois passou a ser uma pista de aeroporto para aviões de pequeno porte.
“Eles seguiam para Carolina, no Maranhão, onde na época era o centro de compra de Araguaína”, contou.
Saúde Outro ponto que a Dona Ermínia se lembra era que antigamente quase não havia profissionais na área da saúde. “
Tinha o Barroso, que era farmacêutico, e também a gente considerava o médico da cidade, porque atendia todo mundo da região. Também tinha a enfermeira Wanda, que também fazia partos, era a parteira da cidade e dos povoados vizinhos, e as pessoas também a consideravam como médica”, relembrou. “
Agora temos vários hospitais. Um avanço para todos. Até gente de fora vem para cá para fazer tratamento e tudo”, contou a aposentada.
“Araguaína cresceu muito. O comércio, a saúde, educação, tudo. Uma cidade que virou espelho para outras da região”, finalizou Dona Ermínia.
(Joselita Matos)