A Comissão terá o prazo de 60 dias para concluir a apurações dos fatos
O Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran-TO) instaurou processo administrativo disciplinar contra vários servidores públicos lotados na Ciretran de Araguaína e também contra um despachante e duas empresas fabricantes de placas. As portarias estão assinadas pelo presidente do órgão, Cláudio Alex Vieira, e foram publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (27).
Todos os alvos são investigados na Operação Dolos, deflagrada pelo Gaeco - Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Tocantins (Gaeco/MPTO), no dia 12 de fevereiro, que apurar supostas fraudes na emissão de documentos para veículos roubados e furtados.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
São alvos de processo administrativo disciplinar os servidores Raimundo Valci dos Reis Araújo, José Carlos Rodrigues, Wesley Oliveira Cunha, Danilo Valadares Nascimento e Cosmo Silva de Vasconcelos, além do despachante Robson Dias Lima. A empresa credenciada Despachante Araguaia também será investigada no processo administrativo.
Além da instauração de processo administrativo, o Detran ainda afastou das funções pelo prazo de 60 dias os servidores Wesley Oliveira, José Carlos e Raimundo Valci.
SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES
O Detran também determinou a suspensão das atividades pelo prazo de 90 dias do despachante Robson Dias Lima e da empresa credenciada Despachante Araguaia.
As duas fabricantes de placas investigadas na operação terão as atividades suspensas por 60 dias, sendo as empresas Indústria de Placas Araguaia e Norte Fabricação de Placas. Elas também são alvos de processo administrativo disciplinar.
A Comissão terá o prazo de 60 dias, prorrogável por igual período, para concluir a apurações dos fatos. Os servidores podem ser excluídos do serviço público e as empresas podem ter o credenciamento cassado.
ENTENDA
O Gaeco cumpriu mandados de prisão preventiva contra sete pessoas e busca e apreensão em 12 endereços nas cidades de Araguaína, Tocantinópolis e Wanderlândia durante a operação que investiga supostas fraudes na emissão de documentos para veículos roubados ou furtados.
Segundo a investigação, o grupo abria processo de primeiro emplacamento junto ao Detran-TO utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis. Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV).
Ainda segundo os investigadores, no processo de emplacamento, o grupo clonava o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado.
As placas e os lacres eram enviados do Tocantins para os estados onde os veículos se encontravam, para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos.