A cidade não tem rede de coleta e tratamento de esgoto, apesar da promessa.
Moradores da cidade de Palmeirante, no norte do Estado, estão revoltados com a má qualidade da água fornecida pela Agência Tocantinense de Saneamento (ATS). Segundo os moradores, a água apresenta coloração estranha e estaria imprópria para o consumo humano. Um exame laboratorial apresentou a presença de coliformes totais.
Na última terça-feira (19) os moradores lotaram o plenário da Câmara de Vereadores da cidade durante a sessão para exigir a revogação do contrato de concessão.
O presidente da Comissão de Serviços Públicos da Câmara, vereador Adiel Leal, afirmou que um laudo do Laboratório de Saúde Pública de Araguaína, órgão do Governo do Estado, comprovou que a água apresenta turbidez e coliformes totais, sendo imprópria para o consumo humano. A população teme doenças e contaminação de alimentos.
As amostras de água tratada foram coletadas em vários pontos da cidade pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o resultado, "a presença de coliformes deve ser avaliada no contexto ambiental considerando a ocorrência de agravos à saúde".
Segundo a biologia, a presença de coliformes em água potável deve, pelo menos, ser considerada como uma possível contaminação microbiológica, decorrente de falhas de tratamento. Não significa necessariamente contaminação fecal.
A cidade não tem rede de coleta e tratamento de esgoto, apesar da promessa feita quando a ATS assumiu os serviços.
“Quando foi aprovada a concessão pela Câmara Municipal ficou acordado que seria implantada a rede de esgoto e já se passaram mais de 10 anos e nenhum metro de esgoto foi feito”, criticou o vereador.
Diante da denúncia e do laudo sobre a qualidade da água, a Câmara decidiu realizar uma audiência pública em dezembro para ouvir representantes da Agência e decidir sobre a revogação da concessão.
O QUE DIZ A ATS
"A Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) faz controle de qualidade conforme exigido pela legislação, e sempre que identifica algum problema no sistema de tratamento, realiza os reparos necessários.
Com relação aos laudos apresentados na sessão, a ATS informa que vigilância do município não encaminhou laudos questionando o controle, o que impede a verificação de possíveis inconsistências, uma vez que os laudos do controle de qualidade não apresentaram alterações relacionadas ao preconizado na legislação.
Destaca ainda que essa comunicação entre a Vigilância Municipal e o controle da concessionária é fundamental, uma vez que se há laudos divergentes, faz-se necessário a coleta de novas amostras para realização de contra-prova, para evitar possíveis falhas na coleta, acondicionamento, transporte e tempo entre a coleta e a efetiva análise das amostras.
Quanto ao pagamento, estes devem ser realizados dentro do prazo de cada fatura, para evitar assim transtornos de corte do fornecimento."