A Universidade Federal do Tocantins, Campus Cimba de Araguaína, implantou três banheiros unissex para 'atender a demanda da comunidade acadêmica'. A novidade gerou polêmica devido à possibilidade de homens, mulheres e pessoas que não se identificam com padrão de gênero usarem o mesmo espaço nas horas de privacidade.
O assunto também abriu debate sobre a questão da diversidade de gênero no meio acadêmico. A UFT notificou os estudantes afirmando que a decisão ocorre após deliberação da Direção do campus juntamente com a Comissão de Direitos Humanos da instituição, em Araguaína. O documento é assinado pela assistente em administração da coordenação administrativa do campus, Mariana Ribeiro de Matos.
Conforme a notificação, os banheiros unissex vão funcionar no antigo banheiro feminino do bloco E, no antigo banheiro masculino no bloco F e também onde funcionava o banheiro masculino do segundo piso do bloco H, prédio utilizado para as salas de aula.
O acadêmico do curso de Letras, Agnaldo Araújo, afirmou que a implantação dos banheiros atende a demanda de apenas parte da comunidade acadêmica.
"O uso do banheiro é um momento de muita privacidade e alguns acadêmicos que ainda não sabem da mudança podem entrar em um deles e se depararem com uma situação constrangedora. O tema deveria ter sido discutido com todos os estudantes, o que não ocorreu", pontuou.
Já a acadêmica Aline Maria Medeiros Bezerra, também do curso de Letras, defendeu a implantação. "Acredito que temos que aprender a conviver com a opção sexual de cada um, porque vejo pessoas que têm um preconceito tão grande com o homossexual, como se ele fosse uma doença", afirmou.
A adoção de banheiros unissex vem na esteira do fortalecimento de discussões de gênero. A demanda dos defensores da ideia é que alunos trans possam utilizar o espaço sem constrangimentos ou prejuízos.