"Advogados criminalistas não são criminosos e não compactuam de forma alguma com o crime". A afirmação é do criminalista
Wendel Araújo de Oliveira, advogado que se viu no foco de uma polêmica ao assumir a defesa do farmacêutico
Robson Barbosa da Costa, de 32 anos, acusado de matar o também advogado
Danillo Sandes Pereira, de 30 anos. Ele classifica como um 'caso inédito' em sua carreira profissional. O farmacêutico é apontado pela Polícia Civil como mentor da morte de Danillo Sandes. O crime teria sido motivado pela recusa de Danillo em fraudar um inventário avaliado em R$ 7 milhões, que beneficiaria Robson. Wendel Oliveira destacou que o trabalho do advogado criminalista é somente defender, independentemente de o cliente ser culpado ou inocente. "
Advogado criminalista não julga seus clientes. O dever de julgar é do juiz", disse. Segundo ele, há certa dificuldade de aceitação social da profissão e, em muitos casos, o advogado criminalista passa a ser visto como um 'cúmplice do criminoso'. Contudo, ele lembra que a sociedade não recrimina o médico que cura o criminoso, nem mesmo o professor que leciona para um criminoso. Para Wendel, o advogado que atua na área criminal é imprescindível ao cumprimento da justiça. "
Quando ele consegue a liberdade de alguém, ou redução de pena, não se deve entender que ele está agindo ‘contra os interesses da sociedade’, pois a concessão do benefício foi dada única e exclusivamente pela própria lei", afirmou. Wendel acrescentou ainda que os advogados criminalistas não escolhem seus clientes. "
Não avaliamos se o cliente deve ou não ser defendido, apesar do imaginário popular entender que deve ser feita uma triagem entre aqueles que possuem direito à defesa, e aqueles que devem ser condenados e trancafiados nos presídios durante toda a eternidade", disse. "
Todos estamos sujeitos a cometer crimes, independentemente de sua proporção. Então, porque deve haver uma distinção entre aqueles que ‘merecem’ ou não ‘merecem defesa?’", questionou. Para Wendel Oliveira, o advogado não se deve deixar influenciar pelo julgamento da sociedade. "
Advogado não é pago pelo Estado, portanto não se deve influenciar pelo julgamento social. Se o cliente necessita de ajuda e está disposto a pagar pelo serviço, não há qualquer razão para recusá-lo", pontuou. Quanto ao cumprimento da lei, o advogado é taxativo: "
a lei deve ser respeitada e cumprida por todos, sejam culpados ou inocentes, ricos ou pobres, homens ou mulheres", finalizou
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