Conforme a Faspra, as afirmações da Polícia Civil são "inverdades sem nenhuma base comprobatória".
Em nota à imprensa, a Federação das Praças do Estado do Tocantins (Faspra) negou que o sargento da PM Edson Vieira Fernandes tenha confessado participação em homicídio ocorrido pouco antes do suposto confronto com policiais civis em Gurupi, na noite desta segunda-feira (22).
A alegação contraria a versão apresentada pela Polícia Civil. Conforme o delegado, a equipe estava em uma viatura caracterizada e com o giroflex ligado, avistou dois homens numa motocicleta e começou uma perseguição.
Conforme a Polícia Civil, pouco depois, o condutor da moto, o sargento Gustavo Teles, perdeu o controle e caiu. Nesse momento, os policiais civis realizaram a abordagem e Gustavo teria reagido. Os agentes revidaram e atingiram o sargento, que morreu no hospital.
"INVERDADES', DIZ FEDERAÇÃO
Para a Faspra, as alegações da Polícia Civil são "inverdades sem nenhuma base comprobatória". Em depoimento gravado em áudio na Central de Flagrantes, logo após o fato, o sargento Edson nega ter havido confronto ou disparos por parte dele e do colega.
Segundo o sargento, ele estava em casa quando Gustavo bateu no portão solicitando uma carona até a residência dele.
Em seguida, Edson disse que estava pilotando a moto em direção à casa do colega quando se deparou com um carro com o farol apagado. Ele diz que continuou o trajeto e percebeu que o veículo começou a segui-los. Na tentativa de despistar, Edson teria realizado uma manobra para entrar em outra rua, mas caiu.
"Eu estava pilotando, e não na garupa, e só escutei os tiros. Eu não tinha conhecimento de nada. Coloquei-me à inteira disposição para fazer exame residuográfico na minha arma e tudo mais. Eu não devo nada! Ele simplesmente me pediu uma carona e fui levá-lo na casa dele. Não houve confronto [com os policiais civis]", disse o sargento, ressaltando que o colega foi atingido pelas costas.
O militar acrescentou que em nenhum momento sacou sua arma para reagir à abordagem. "Ao contrário, me identifiquei como militar e coloquei minha arma no chão", afirmou.
"A Faspra-TO se vê obrigada a se manifestar diante de verdadeiros atentados quanto a mácula e moral dos militares estaduais. No interrogatório não há qualquer menção a confissão desses crimes", afirma a Federação.
Ainda segundo a Federação, o delegado teria apresentado um vídeo ao Comandante de Policiamento do Interior e ao Corregedor-Geral da PM que destoa do que foi afirmado pela Polícia Civil.
GUSTAVO TELES
Segundo a Faspra, Gustavo Teles era um militar atuante, carismático, de conduta exemplar, com grande senso de disciplina e responsabilidade e desempenhou suas funções na região sul do Estado por mais de 14 anos.
Ele iniciou a carreira no serviço de rádio patrulha em Gurupi, em 2013 concluiu o Curso de Ações Táticas Especiais – CATE no BOPE de Goiás e atualmente operava na Companhia Independente de Operações Especiais – CIOE de Gurupi.
ENTIDADES QUE ASSINAM A NOTA
Associação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (APRA-TO)
Associação dos Praças e Servidores Militares do Estado do Tocantins (ASPRA GURUPI)
Associação Independente de Cabos e Soldados e Demais Praças do 7º e 3º BPM (ASSICASOL)
Associação dos Cabos e Soldados de Colinas (ACS COLINAS)
Associação dos Cabos e Soldados do 5º BPM do Estado do Tocantins (ACS PORTO NACIONAL)
Associação dos Militares de Paraíso e Região (ASMIPAR)
Associação dos Militares da Região de Dianópolis (ASMIRD)
Associação dos Praças e Bombeiros Militares de Araguaína (APA)
Associação dos Praças do Bico (ASPRA BICO)
Associação dos Militares de Arraias (AMA)
Associação de Cooperação Estudos e Defesa Jurídica dos Bombeiros Militares (ACEJBM/TO)
Associação de Defesa e apoio jurídico aos militares do Tocantins (ADPMETO)
Associação dos Bombeiros Militares do estado do Tocantins (ABM-TO)